Embora todas as mulheres acima de 40 anos devessem realizar a mamografia, e 70% delas tem condições de realizar o exame (por meios públicos ou privados), apenas 25% dessas mulheres realizam o exame no Ceará.
Hoje, o que mais dificulta o diagnóstico e o tratamento da doença é o medo do próprio câncer de mama. A doença que mais mata mulheres causa medo e, consequentemente, o diagnóstico chega tarde para mais de 50% das pacientes.
“O mais preocupante hoje é que ainda há um medo. Ainda há esse tabu que o câncer é uma sentença de morte. Ainda há aquela cultura de que ‘quem procura acha’. Diagnosticar precocemente é salvar vida, é se curar. Não é fácil passar esse conceito de cura” afirma Érico Ferreira Gomes, mastologista do ICC. Além disso, ele pontua que os médicos dos postos de saúde não estão prescrevendo o exame como deveriam: “nem o médico nem a mulher pedem” critica ele.
Enquanto o exame é cada vez mais negligenciado pela população, a patologia vem crescendo. Entre 5% e 10% nos últimos 10anos, consequência direta do aumento da expectativa de vida, entre outros fatores como a maternidade tardia, falta de atividade física, sedentarismo, obesidade, produtos agrotóxicos e estresse. Além de um aumento acentuado dos casos mais graves (estágios 3 e 4) em contraponto do baixo número de diagnósticos na fase 1, o que aumenta os riscos da doença. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2017, afirma que serão 57.960 novos casos no Brasil. No Ceará, essa soma chega a 2.160 e, na capital, o número de novos diagnósticos é de 860.
Para complementar, ainda existe o crescimento de incidência de casos em mulheres jovens. A mamografia ser indicada apenas após os 40 anos torna comum muitos dos casos em estágio avançado. Portanto, previna-se. Faça o autoexame e marque a sua mamografia.
Fonte: Diário do Nordeste